- ‘Todo
alimento é um presente do universo, e o espírito com que se come é mais
importante que o tipo de alimento que é comido’ (Buda).
No Universo tudo está em correspondência dinâmica e
se reflete na vida humana e sua relação com a natureza. Para um bom
funcionamento orgânico e harmonioso é possível estabelecer a devida
correspondência entre a dinâmica da vida humana e o meio em que vivemos
rodeados de seres vivos > as plantas.
Cada povo com seu uso, cada roca com
seu fuso, diz o ditado. Na alimentação não é diferente. Cada povo teve nas
origens um único alimento básico que diferia de acordo com o clima e a
geografia – em geral grãos (arroz, milho, trigo, cevada) - do qual dependia
para sobreviver, e, ao qual eram agregados outros produtos sazonais. No Oriente
havia o arroz ou o painço; no Oriente Médio a cevada ou o trigo; na Europa a
aveia e o centeio; na Rússia o trigo sarraceno; nas Américas o milho. Esses
alimentos eram suplementados com feijões. Legumes, nozes, sementes, hortaliças,
frutas, algas marinhas, pequenas porções de peixes. O ser humano sabia ser
grato aos deuses que lhe enviavam o ‘maná’ para seu sustento diário.
As constantes movimentações
horizontais de populações – migrações naturais, invasões e guerras de
conquistas, levaram a uma mistura de hábitos alimentares o que obrigou a
adaptações pouco saudáveis na maior parte das vezes. A adoção de alimentos
altamente processados e o uso de produtos químicos no seu preparo, teve como consequências o aparecimento de
doenças cada vez mais graves.
Por milhares de anos a humanidade viveu em estado
de equilíbrio com seu ambiente, sem necessidade de contar as calorias ou tomar
suplementos vitamínicos; hoje há uma neurose de contagem de calorias,
carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais. Os efeitos não
são os desejáveis para uma boa saúde.
Explicando cada um dos elementos:
CALORIAS > a ingestão de calorias
(açúcares e farinhas refinadas) gera a obesidade, pois é consumido o dobro do
necessário. Como o organismo metaboliza mais rapidamente alguns alimentos que
outros, os açúcares, por exemplo, roubam outros nutrientes do organismo
causando aquela sensação de fome; isso leva à superalimentação porque o
organismo está reclamando os nutrientes apropriados.
CARBOIDRATOS > nesta categoria não se diferenciam
entre os açúcares naturais dos alimentos integrais e a sacarose refinada. Nem
entre os monóxidos ou sacarídeos encontrados nas frutas, na cana, no leite, e
os polissacarídeos dos grãos, feijões e vegetais.
PROTEÍNAS > Há um constante intercambio
entre proteínas, gorduras, e carboidratos no corpo. A proporção média entre
proteína para a formação do corpo ao longo do tempo é de uma parte e de sete
partes de carboidratos para fornecer energia. A supervalorização das proteínas
fez com que aumente o consume de carne e de laticínios para cumprir esse intercambio,
sobrecarregando o organismo.
GORDURAS > O excesso de proteínas e
carboidratos é convertido em gordura e armazenado no corpo para conversão em
energia útil. As gorduras insaturadas dos grãos, sementes, nozes, frutas,
vegetais, produzem um metabolismo mais homogêneo, ao contrário do consumo de
ovos, carnes, aves, queijos e derivados, os quais se acumulam sem assimilação
suficiente.
VITAMINAS > são os catalisadores da
digestão e estão nos alimentos naturais
integrais, nas folhas, algas marinhas, leite, sais minerais.
CORPO HUMANO > UM PEQUENO LABORATÓRIO!
As dietas funcionam como um processo natural de
transmutar os alimentos mais simples em todos os nutrientes necessários, quando
deixados ao natural. O aparelho digestivo é o nosso laboratório. É por isso,
graças ao seu poder de elaboração que o boi, por exemplo, só se alimenta de
capim e daí retira todos os nutrientes, vitaminas, proteínas, necessários...
Hoje o desperdício e a destruição do
que é produzido é um desrespeito para com as dádivas recebidas em forma de
alimentos. A ‘multiplicação dos pães’ em vez de criar a reverencia pelas
dádivas recebidas gerou a cultura do desperdício. A glutonaria dos sofisticados cardápios que mesclam
ingredientes exóticos, por um lado satisfazem o paladar e, por outro, causam
danos os organismo, muitas vezes irreversíveis.
Qual a dieta ideal? – é aquela que nutre com sabor
natural de maneira simples e racional. Ou seja, seguir o ensinamento da
Natureza: - ‘A Natureza deleita-se com a dieta mais comum e simples, menos o
homem, alimenta-se de um prato único’. (Joseph Addison)