O NATAL DE ANTIGAMENTE
O bom velhinho de barbas brancas com seu alegre ô ô ô ô...., não fez parte de nossa infância. Esta teve como referencia contos que falavam de um mundo mágico cheio de mistérios e de reverencia aos valores familiares.
O Natal era uma festa de valorização da família na figura de José, Maria e o menino Jesus. Tudo muito singelo, como a vida de cada um, num tempo sem as modernidades materialistas de hoje. Visitas aos presépios, orações, recolhimento e respeito pelo sagrado eram detalhes observados pelas famílias cristãs desde o dia 24 de dezembro ao dia 6 de Janeiro – dia de Reis. Este dia era o coroamento da festividade, quando, na véspera, as crianças, ansiosas, aguardavam a visita dos Reis Magos com seus presentes. Um sapatinho na janela, um chapéu deixado sobre a cadeira, amanheciam com uma pequena dádiva deixada pelos Três Reis em sua passagem noturna rumo ao encontro com o menino que havia nascido lá, num tempo em que nossa mente se perdia no tempo e se confundia com as estrelas do céu.
- Baltazar, Melchior, Gaspar... Qual dos três é que me presenteou? – era nossa curiosidade infantil, pois éramos três crianças. Segredo! Ano que vem tem mais...
Os presentes eram modestos, mas preenchiam nossos sonhos infantis, agradecidos por termos sido lembrados e visitados por tão importantes mensageiros que percorriam os caminhos dos céus.
O ouro simbólico da sabedoria, a mirra que cura, o incenso que protege contra as maldades do mundo, impregnavam as pequenas dádivas recebidas com alegria. O mundo mágico que rodeou nossa infância é uma preciosidade que se perdeu com a modernidade barulhenta do Natal mercantilista. Papai Noel pode presentear as crianças com bens materiais. Mas jamais vai preencher a lacuna deixada pelo verdadeiro simbolismo do Natal que eu vivenciei.
- “Eram Três Reis Magos: Melchior, Baltazar, Gaspar”...