Considero a avaliação escolar a melhor forma de reforçar
conhecimentos. É um erro e um desrespeito para com o aluno, ‘queimar etapas’
transformando a sala de aula em um encontro de professores e alunos, onde o
professor tenta passar conteúdos (sem um programa) e os alunos fazem de conta
que estão interessados em aprender. É só observar sua maneira de sentar. Pela postura
dá para perceber o quão desinteressados estão pela aula. E menos pelas avaliações.
Marque um ‘x’, escolha a resposta correta, faça a correspondência,
responda, redija um texto sobre... São algumas das formas utilizadas para
avaliar o aprendizado. De minha parte, a que menos me agrada é a do marque um ‘x’,
pois no meu ponto de vista não avalia de fato o real conhecimento do aluno. Estou há tempo distante das salas de aula. No entanto,
presto atenção ao que se diz sobre a situação atual da educação. A começar pela
aprovação automática no ensino básico, que não passa de um engodo, uma grande mentira
que desmotiva o aluno em geral. Tempo e recursos são desperdiçados em troca de índices
fictícios de aprovação – aprovação de analfabetos, a bem da verdade.
O tipo de avaliação feita através dos provões aplicados a milhares
de estudantes do ensino médio e os resultados obtidos dizem tudo: - falta
seriedade na condução do ensino público que nem um currículo mínimo tem, e,
cujos conteúdos sem um planejamento, são decididos pelos professores de acordo
com suas orientações pessoais. Prevalece o ‘politicamente correto’ e os alunos
já sabem que tem que responder o que os examinadores querem, caso contrário
serão reprovados.
Em minha vida de estudante tive a oportunidade de passar por inúmeras
avaliações escolares e posso garantir que de uma forma ou outra, todas elas
sempre nos proporcionaram um reforço de conhecimentos e melhoria do aprendizado.
No titulo escrevi: “Prova
de Consulta” – O assunto é sério e foi uma das melhores formas de avaliação
utilizada por alguns professores na Faculdade. Mas, os professores deixavam bem
claro que os alunos tinham que ler muito – a bibliografia era extensa – caso contrário
não teriam chance de bons resultados numa prova de consulta. As questões,
abrangentes, exigiam que o aluno dominasse o assunto de forma geral. Isso lhe
permitia consultar um ou outro livro ou anotação em fichas de leitura, durante a prova, para poder fazer alguma
citação especifica com segurança. Para tal, era evidente que o aluno tinha que,
em poucos minutos, saber onde encontrar o detalhe e tirar a duvida.
Um dia, ao marcar uma avaliação para uma classe de 2º. Colegial, os
alunos reclamaram que a matéria do bimestre além de extensa era difícil, e eles
também teriam que estudar para outras provas no período.
Em tom de desafio, eu disse: - Se quiserem posso programar uma
prova de consulta. Os alunos vibraram. Expliquei que eles precisavam estudar
para pelo menos saber onde encontrar as respostas que achassem mais difíceis,
pois não seria mera cópia.
Para que pudessem fazer a prova com tranquilidade foi escolhido um
dia de aula dupla. Os resultados foram ótimos para quem se preocupou em ler
sobre os temas. Boa parte da classe com 45 alunos, considerou que a prova fora difícil,
porem haviam tido um reforço no aprendizado sobre os temas abordados. Só pequeno numero de
alunos que não levou a sério a orientação para se prepararem com as leituras
indicadas é que não gostaram do tipo de avaliação. Foi uma experiência valida que muitos alunos
levaram para seu preparo para o vestibular – naquele tempo ainda não havia os
cursinhos.
Quando fui fazer vestibular
(geografia / história) tive um mês para tomar conhecimento dos assuntos que
seriam objeto das provas e me preparar para os exames escritos e orais com
banca de três professores; meu irmão mais velho, que já estava na Faculdade, me
apareceu no pensionato com uma pilha de livros e recomendou: leia tudo isto, de
capa a capa sem se preocupar com a lista de pontos. Foi o que fiz. As provas se
tornaram relativamente fáceis, pois eu conseguira abranger os assuntos como
quem lê um romance, com começo, meio e fim.
Passei essa técnica aos meus alunos. Leitura. Muita leitura. Esse é
o segredo do aprendizado. O conhecimento da língua pátria torna-se imprescindível.
E é um dos principais obstáculos na educação atual. Marcar um ‘x’, é avaliação
para analfabeto. ‘X’ era a assinatura de quem não sabia ler nem escrever.