A cada quatro anos,
uma Copa mundial de futebol agita a nação que se veste de verde e amarelo.
Estamos às vésperas do inicio do grande evento independente da opinião dos que
entende que o país deveria estar aplicando em educação, saúde e saneamento, os
recursos gastos com os estádios, pois Padrão FIFA é o que país merece em todos
os setores. Concordo. Mas não devemos misturar os assuntos. A Seleção e seus
craques são nossos representantes nesse esporte e fizeram um trabalho exaustivo
de preparação para chegar ao topo da carreira esportiva. Fizeram por merecer o
lugar que ocupam. Entre cada dez dos melhores jogadores do mundo, pelo menos
cinco são brasileiros.
Hoje o Brasil ocupa
o 3º. Lugar no Ranking da FIFA, atrás somente da Espanha, atual campeã do mundo
e da Alemanha, forte concorrente que está sendo apontada como a possível vencedora deste torneio.
O Brasil tem
grandes craques graças ao gosto pelo futebol, ao tamanho de nossa população e
ao fato de que todos têm acesso à bola e o campo de pelada. Em contrapartida, o
Brasil não tem, até hoje, nenhum prêmio Nobel de Literatura ou de Física,
porque poucos têm acesso a um ensino de qualidade desde a infância, com
professores bem remunerados, preparados e dedicados, dispondo de condições
físicas e materiais de qualidade para exercer suas funções com dignidade.
Eles (os
professores) estão mobilizados com motivos de sobra para reivindicar por
melhores condições de trabalho.
Como ninguém vira
craque por sorte, e sim por talento e persistência, o mesmo ocorre em relação
ao conhecimento. No Brasil, o desenvolvimento intelectual depende da sorte de
ter nascido em uma família mais próspera, numa cidade com boas escolas onde haja
uma administração publica honesta que destine os recursos da educação para a EDUCAÇÃO.
O talento e a persistência vêm depois, pois antes, precisam da oportunidade de
uma escola de qualidade.
O desenvolvimento intelectual depende de um suporte
que é responsabilidade do Estado. No entanto, o Estado tem adotado políticas públicas
educacionais equivocadas priorizando a doutrinação ideológica como se todos
fossem meros robôs produzidos em série, ignorando as diferenças individuais e
capacidades intelectuais. Como nossos craques, que tem sua posição no
campo do estádio – zagueiros, ou
centroavantes, defesa ou ataque,
cobradores de falta, goleadores, goleiros...
– os cidadãos também têm direito ao seu espaço no campo profissional,
com bom treinamento e com alta qualificação.
Craques brasileiros!
Na bola, nota mil. Na educação, tudo por fazer.
Brasileiro não tem
complexo vira-lata. O problema é que as políticas educacionais adotadas
insistem em aplicar regras que inibem o pleno desenvolvimento individual
criando o gosto pelo estudo para formar times de alto padrão em todos os setores,
promovendo a auto-estima.
Como será a final do
encontro esportivo? Pode dar Brasil x Espanha, Brasil x Alemanha, Brasil x
Argentina, Brasil x Portugal...
Não importa qual o resultado final, pois o Brasil
vai entrar em campo com um time de craques que, independente do resultado final,
já é um campeão no quesito futebol.
Fica faltando
melhorar, e muito, o time que comanda as políticas públicas deste país. As substituições
são inevitáveis se queremos resultados padrão
FIFA para o Brasil!