Nos Estados Unidos mais de dois milhões de crianças e adolescentes recebem educação em casa. Aqui no Brasil, alguns poucos pais que decidiram adotar o sistema tem sofrido represálias por parte das autoridades.
Considerando que a criança e o adolescente não são robôs em linha de montagem, a sala de aula pode ser a da sua residência, sob a supervisão dos pais ou responsáveis. Há alunos que querem aprender, e não tendo uma escola de qualidade, tem todo o direito de estudar e aprender onde melhor lhes aprouver. Sabemos por experiência que o aprendizado no lar é muito mais produtivo e eclético, enquanto que na Escola formal o ensino é mais limitado e bitolado por uma burocracia desgastante, que muitas vezes causa constrangimentos ao aluno, especialmente ao aluno que se sobressai e é obrigado a limitar-se ao nível da maioria; quanto aos alunos que tem menor capacidade de aprendizado, obriga ao professor a constantes adaptações para 'aprovar' alunos mesmo que não saibam os conteúdos programáticos mínimos. Os horários mais flexíveis, sem a necessidade do deslocamento diário até a escola, amplia o tempo para estudo em casa, evita a dispersão e o desgaste.
As pessoas que são contra o ensino em casa, argumentam que as crianças ou jovens ficarão isolados e se tornarão anti-sociais, etc. Não é bem assim. A família é o primeiro elo social; a educação em casa permitirá mais tempo à criança junto aos pais; cada dia elas estão ficando mais tempo longe do lar, devido à obrigatoriedade de cada vez mais cedo irem para a Escola. Outro argumento que não procede é que poderão surgir grupos radicais a partir desse isolamento. Tolices. Muitos radicais frequentaram escolas públicas, outros não. No Brasil, a população é de índole social, religiosa, aprecia esportes e lazer ao ar livre, com inúmeras oportunidades de reuniões com pessoas além do grupo familiar.
No passado não muito distante, índio achava que a escola era coisa de branco; agora eles também frequentam escolas e já tem as suas com professores formados especialmente para atendê-los nas aldeias. Os negros (alguns, no passado achavam que escola não fazia parte de sua cultura e dispensavam os filhos de ira à Escola) também valorizam o conhecimento e o estudo.
Estudo no Exterior não é novidade. Sempre, quem pode, foi estudar na Europa ou nos Estados Unidos; era coisa para 'filhinho de papai'... Não havia Universidades no país. Com a criação de Faculdades, muitos jovens puderam ingressar no ensino superior. A proliferação de 'Universidades' públicas nos últimos anos criou um problema de qualidade do ensino por falta de professores qualificados e de instalações adequadas.
A massificação na aprovação de alunos sem uma base sólida agravou a situação. O drama de ter um diploma e não ter a correspondente qualificação profissional necessária por falta de visão dos gestores da educação chegou a tal ponto que o atual governo criou as 'bolsas de estudo no exterior'. Milhares! - Nada contra, desde que os alunos que vão ser pagos com dinheiro público, realmente aproveitem a oportunidade e deem um retorno à sociedade brasileira que está patrocinando essas bolsas...
A profissionalização é muito importante e o Estado não tem se mostrado à altura da demanda. É a sociedade civil que está arcando com boa parte dessa responsabilidade.
Em síntese: o aluno que tem vontade de aprender, independente de suas origens étnico-culturais e sociais, vai se esforçar para aprender e merece uma escola de qualidade, eclética, livre de ideologias, com infraestrutura adequada, professores valorizados e com liberdade de estudar, se assim desejar, em sua casa, sob a supervisão dos pais, com seriedade e responsabilidade.