É preciso saber se o projeto de poder do governo entende que a Educação no país precisa ser melhorado e quanto. Discursos e promessas não constroem Universidades nem formam mão de obra qualificada. O alicerce da educação pública está minado. E a família, esteio da sociedade vem perdendo o pátrio poder para o Estado. É um quadro preocupante na medida em que a criança e o adolescente são prejudicados em sua formação.
Criar hábitos de estudo é uma tarefa que pode e deve começar no lar e ser incentivada na Escola através de uma boa Biblioteca a disposição dos alunos.
Aproveito para narrar um detalhe que me chamou a atenção no filme "Uma Janela Para o Céu" sobre a vida de uma jovem que, sem ter como frequentar uma Universidade, seguiu o conselho do pai - Ler todos os dias algumas páginas da Enciclopédia Britânica. A protagonista levava consigo um volume da Enciclopédia que ela retirava da Biblioteca pública. Questionada por uma amiga ela explicou: - Meu pai disse que ler a Enciclopédia Britânica equivale a fazer um bom curso superior. A interlocutora perguntou: - Você vai ler a Coleção toda? - Ao que ela respondeu: - Já estou lendo o volume VI...
Não estou sugerindo que todos leiam a enciclopédia em questão. Estou dizendo da importância da leitura. Leitura de qualidade. Muita leitura.Todos os dias algumas páginas. O leque é amplo e variado: Literatura, não só a da hora, mas principalmente os clássicos; ler poesia, romances, ficção, biografias, temas da história Universal, os mitos, temas científicos, filosóficos, cultura religiosa, arte, teatro, esporte, etc. O ecletismo é importante na formação educacional dos jovens, para que eles possam fazer escolhas, ter liberdade de pensamento, discernir entre as diversas alternativas que a vida vai lhe oferecer; ou seja, ter a oportunidade de ter opinião própria. O 'prato feito' acaba por intoxicar as mentes.
Cada aluno precisa ter e saber usar um bom Dicionário para aprender o significado do vocabulário variado que domina em cada uma das diferentes disciplinas, desde o ensino básico. Que tal substituir o tal 'kit gay' por um bom dicionário da língua pátria para cada aluno? Que haja um ou outro jovem mais preguiçoso que se contente com um aprendizado medíocre onde 'o nós pega os peixe' vai mantê-lo literalmente na 'pindaíba', cabe ao Estado que se arvorou em dono dos estudantes, a obrigação de oferecer-lhes o melhor. Sempre é bom lembrar que livro não perde a validade, mesmo após a última reforma da língua portuguesa. O que vale mesmo em um bom livro é o seu conteúdo!
Por falar em escolhas, é preciso banir das avaliações escolares os testes de múltipla escolha e voltar às provas dissertativas e de questões onde o aluno tem que ordenar seu pensamento para dar uma resposta com começo, meio e fim.
A introdução da informática na escola pode ser como uma ferramenta de apoio. Porém ela leva a uma superficialidade do ensino e dispersão da atenção. A 'cola' eletrônica jamais vai formar mão de obra qualificada necessária para o mercado de trabalho. Apenas vai ajudar a empurrar o aluno para a série seguinte sem lhe acrescentar o verdadeiro conhecimento. Este se adquire com esforço, dedicação, força de vontade, determinação. O conhecimento é que vai banir a boçalidade que tende a se agravar se nada for feito para reverter a situação da educação no país. Tudo é muito simples. Basta seriedade por parte dos responsáveis pela Educação, a começar pelo Ministro que ignorou as greves nas Universidades enquanto foi participar da reunião do Mercosul onde o Paraguai foi excluído do bloco. Um péssimo exemplo. Enquanto Ministro da Educação, que cuide da educação!
O equilíbrio em tudo, o respeito, a liberdade, a revalorização da família no processo educativo, e um Estado gestor são alguns elementos indispensáveis para melhorar a Educação. Leitura. Muita leitura durante o tempo escolar e depois também, pois o conhecimento não se encerra com o recebimento do diploma. Aí é que realmente começa a jornada.