Quando do fim do governo Lula escrevi um texto
intitulado “Fim da Era Lula”. Acreditava piamente que haveria uma mudança na
condução da política. Engano redondo.
Hoje, sem o mesmo otimismo, constato que o
novo velho governo deverá persistir nos próximos quatro anos, salvo algum
acontecimento que mude o rumo da história.
A fala do ministro Gilberto Carvalho sobre a nomeação de Joaquim Levy
para o Ministério da Fazenda não deixa dúvidas. Diz ele: “quem governa é a presidenta, não é o ministro. O ministro não tem
autonomia para fazer uma política própria. Ele faz uma política dirigida pela
presidenta, discutida com a presidenta e resolvida pela presidenta.”(sic).
Mudanças... – ‘quem não muda não progride’ –
diz velho adágio.
Mudanças são necessárias, mas as verdadeiras
são raras e muitas vezes ocorrem de maneira traumática.
Mudanças... – nem sempre dependem da nossa
vontade.
O assunto me remeteu a uma história da vida
real que ouvi muitas vezes desde a infância. Creio que ilustra bem o momento
atual.
A MUDANÇA (História da vida Real)
O administrador de uma fazenda de café, lá do
interior, tinha tudo o que podia querer como funcionário bem sucedido na
condução do negócio para o patrão que morava na capital. Havia um porém. À
noite, ruídos e perturbações na casa impediam à família descansar e, até os
pequenos animais domésticos sofriam com os ‘intrusos’ noturnos.
- Seriam
ratos? Morcegos? Corujas? - As buscas sempre acabavam em nada, com mais uma
noite mal dormida e a casa toda desarrumada. Resolveram ignorar o assunto, e
nada. A bagunça continuava e ao amanhecer tudo estava sujo e fora do lugar,
principalmente na cozinha.
Cansados, resolveram mudar. Acertadas as
contas, e, com um novo emprego em fazenda vizinha, prepararam a mudança. No dia
combinado as carroças chegaram para buscar os pertences do administrador.
Enquanto
a mulher ficou dentro da casa encaminhando o que deveria ser levado, ele e os
ajudantes iam acomodando os móveis, os baús, os caixotes, as ferramentas e
sacos com mantimentos nas carroças, amarrando tudo de forma segura.
Quando o administrador entendeu que tudo já
havia sido carregado e que já era hora de partir, foi até a porta da casa e perguntou
à mulher:
- Podemos ir?
Para sua surpresa, ouviu uma voz vinda do alto
de uma das carroças dizer:
- Sim. Podemos ir. Estamos todos aqui!
Desanimado, mandou descarregar a mudança e
desistiu de ir para outro lugar. Os intrusos estavam mudando junto! O jeito era
enfrentá-los ali mesmo.
Concluindo: - O folclore contém muitos relatos
considerados produto de imaginação ou da fantasia; de minha parte, não brinco
com coisa séria. Muito menos quando governantes e seus aliados falam que vão
fazer o diabo... Para entender, basta ler São Paulo em mensagem aos Efésios
sobre a “Armadura de Deus” (10, 11, 12...20)