domingo, 23 de novembro de 2014

APRENDENDO IDIOMAS PELA APROXIMAÇÃO LINGUÍSTICA – ‘ESTUDAR É UM TRABALHO QUE DEVE SER LEVADO A SÉRIO’.


Outro dia ao abrir o jornal EL Pais – em castelhano – o tradutor não solicitado, apressadinho, passou o texto para o português. Não correspondia ao idioma falado em Portugal, nem no Brasil, nem era aquilo que chamamos de portunhol. Certamente era de algum outro país de língua portuguesa, com a agravante de ignorar que a construção das frases em castelhano não permitem uma tradução ao pé da letra. Demorei em entender o que queriam dizer com ‘caso’ – e vejam vocês – no caso, o ‘caso’ era ‘boina’. Tão simples, pois...

Assim vamos aprendendo. Tempos atrás, ainda nos anos 90, num bate-papo sobre a dificuldade em aprender um idioma estrangeiro, um dos participantes observou que há semelhanças entre inúmeros vocábulos em português, francês, espanhol (castelhano), italiano, e até inglês.

Como gosto de estudar e queria recordar os idiomas (castelhano e Francês e italiano) que usara na Faculdade e em casa, resolvi dedicar algum tempo a verificar as semelhanças linguísticas, tanto por curiosidade  como por distração. Selecionei alguns temas e organizei um vocabulário em português e fui traduzindo para o castelhano, francês, italiano, inglês e esperanto (língua artificial). Foi um passatempo sério e divertido ao mesmo tempo em que me permitiu recordar o que havia aprendido e que, após o término da Faculdade, ficou esquecido.

Algumas mudanças imprevistas, devidas as ‘rasteiras’ do destino, me levaram a por de lado o assunto.  Ontem, encontrei a pasta onde estão guardadas as 210 páginas datilografadas (ainda não tinha computador) e mais algumas incompletas, em rascunho; num levantamento rápido contabilizei mais de 4.500 vocábulos  com grande semelhança entre si nos idiomas acima citados.

No inicio do trabalho também incluí a origem das palavras, o que ajudava a entender o seu significado; essa parte ficou prejudicada com a perda de alguns dicionários antigos onde todos os verbetes também davam a origem da palavra.

É curioso como aqui no Brasil há uma tendência preguiçosa de cortar informações que levem a um conhecimento mais abrangente, que fale à imaginação e consequentemente amplie o universo cultural. Por exemplo, em outras culturas é comum o nome das pessoas terem uma ‘tradução’. - Você sabe o significado do seu nome? - E, falar mais de um idioma, além de algum dialeto, é hábito em muitos países. Não no Brasil. Por falar em dialetos, ouvi a noticia de que será considerada língua oficial o ‘taliano’ falado no Brasil.

Como ver o mundo através de um idioma? A mentalidade de cada povo difere de outro – a forma de se expressar, de construir frases, interpretar significados. A pronúncia, por exemplo, é um desafio a mais – e chega ser divertido aprender transferindo a fala de um para outro idioma.  

Também é preciso entender e saber respeitar a estrutura de cada língua; a língua portuguesa é muito rica, por esse motivo, uma tradução de outro idioma de forma literal fica prejudicada; o mesmo ocorre com o castelhano e com o francês. 

O conhecimento nos chega pelo estudo que é um trabalho que deve ser levado a sério e que pode ser muito prazeroso também. Ao identificar a aproximação linguística entre idiomas torna-se mais fácil seu aprendizado.

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No dia 17 de julho escrevi um texto sobre “Geolingua – Espanhol & Português”(Nossa Língua Portuguesa comemora 8 séculos de existência – Geolingua > Português e Espanhol – Uma proposta).