sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

OS SININHOS DE OURO (CONTO DE NATAL)

É noite. O céu está em festa, todo iluminado por milhares de pontinhos a piscar alegremente. Reina um ar de paz e mistério.
Um sino ao longe badala convidando para um encontro especial. Todos se apressam a caminho da pequena cidade onde será comemorado mais um Feliz Aniversário muito especial.
O pequeno Américo corre atrás dos pais rumo à Praça em frente à Igreja Matriz. Haverá distribuição de presentes. Será seu primeiro Natal na cidade.
Mas, sua atenção é atraída por outros sinos a tocar. Vem do alto. Parece que ele já ouvira aquele som. Sim. Em seus sonhos e, outras vezes ele os ouvia tocar cada vez que olhava para certa estrelinha lá no céu. Para e olha. Uma luz corta o horizonte em direção à cidade.
– Será Papai Noel? – pensa ele enquanto ouve aquela musica vinda do alto. É tão suave e encantadora que ele exclama: - São os sininhos de ouro de Papai Noel! É ele que está chegando...
Américo corre para alcançar os pais: - Papai, mamãe! Ele está chegando!...
Muitas crianças correm para o centro da praça, atraídas pela alegre figura do bom velhinho que acabara de chegar.
- Papai Noel chegou! Viva! – gritavam e aplaudiam entusiasmadas.
Os olhos de Américo se iluminaram. Aquele visitante era uma pessoa muito especial, pois estava envolto numa aureola luminosa que conforme se movimentava produzia sons cristalinos de sininhos a tocar. Os sinhinhos de ouro que ele sempre ouvia!
O bom velhinho ia distribuindo brinquedos, adivinhando o que cada criança queria: - Aqui está sua bola, Joãozinho; para você esta linda bonequinha igual a você Marianinha; ah, o seu ursinho de pelúcia, Luiza; o carrinho do Pedrinho, e mais este trenó igual ao do papai Noel dos seus sonhos, meu caro Ricardo...
Américo observa tudo de olhos arregalados e com um sentimento de alegria que não sabe descrever. Um dia ele sonhara com aquela cena. No final, o papai Noel que viera das estrelas lhe havia presenteado com três sininhos de ouro. Era um sonho, nada mais... Ou será que ele ia ganhar os sininhos?
As crianças que rodeavam o bom velhinho se afastaram com seus brinquedos. Ficou só ele, meio encabulado frente a frente com aquela figura natalina, tão conhecida em seus sonhos, e ao mesmo tempo, tão misteriosa.
O bom velhinho que sabia ler pensamentos, aproximou-se e enquanto alisava as longas barbas brancas falou com um ar meio maroto:
- Não me recordo bem de seu pedido. Vamos ver... Vamos ver...
- Eu não pedi nada... – gaguejou Américo.
- É. É verdade. Você não pediu nada. Seu presente você já ganhou faz tempo. Não esqueci, não. Serão estes aqui?
E num passe de mágica surgiram na mão do bom velhinho os três sininhos de ouro de seus sonhos.
- Os sininhos de ouro! – exclamou ele alegremente.
- São seus! – disse papai Noel. – eles pertenceram a uma criança muito especial que amou muito os pequeninos e a humanidade toda. Eles representam a Paz, a Harmonia e o Amor que vão transformar o mundo em um lugar maravilhoso. Tenho certeza que você saberá tocá-los...
- Obrigado! Muito obrigado! – agradeceu Américo.
Américo segurou delicadamente o cordão de ouro que prendia os sininhos. Imediatamente uma música suave e harmoniosa se propagou pela praça e foi transformando tudo. Cada pensamento bonito era transformado em luz que a doce brisa da noite espalhava pela praça. A água da fonte se transformou num espelho de cristal. Os peixinhos do lago acordaram para ouvir.
O barulho ficou quietinho e escutou...
O dia que tinha ficado velho começou a renascer. O triste ficou alegre. As estrelas brilharam mais intensamente. O mundo que não estava terminado continuou a ser feito. Cada flor abriu um pouco mais suas pétalas e o perfume se espalhou por todos os lugares.
As portas do céu se abriram. Uma escada de luz desceu até a praça. Papai Noel subiu por ela. Ia feliz por ter encontrado o novo dono dos Sininhos de Ouro aqui no planeta Terra.
Era noite de Natal! Um novo tempo estava a começar.