terça-feira, 17 de março de 2015

O FIM DAS CLASSES POLITICAS ATUAIS É A SOLUÇÃO PARA A GRAVE CRISE NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA


Conheci o Brasil da era Vargas, da era JK, da era do Regime Militar. Todos eles, ao terminar, permitiram uma renovação nos quadros políticos. O atual momento oscila entre uma crise política, institucional, econômica, de valores e a falta de um programa efetivo para promover as reformas necessárias ao país.

O grande erro quando da anistia e da abertura política no Brasil pós ditadura militar (1964/86) foi permitir que pessoas envolvidas nos atos ditos ‘revolucionários em defesa da democracia’- que de democráticos nada tinham -  assumissem cargos para os quais não tinham preparo psicológico nem intelectual. Tudo foi realizado no ‘emocional’ particular para chegar ao poder. Foi nessa tônica que se desenrolaram todos os governos seguintes: José Sarney (PMDB) que substituiu Tancredo Neves, Fernando Collor de Mello que renunciou e sofreu impeachment, substituído pelo vice Itamar Franco, seguido por Fernando Henrique Cardoso PSDB (2 mandatos) e Luiz Inácio Lula da Silva(2 mandatos) a atual Dilma Rousseff iniciando o segundo mandato- ( ambos do PT). A espiral dos resultados dos governos tem sido em prejuízo da Nação.

À falta de um projeto de trabalho em prol do conjunto da nação, cada governante e seus aliados têm preenchido o tempo de mandato  com explicações, promessas, acusações, conchavos políticos, corrupção, uso do Estado em benefício próprio e do partido, viagens nababescas como se vivessem de férias permanentes, etc. Não sobra tempo para governar.

O povo cansou. O governo foi apanhado de surpresa com os panelaços do dia 8 de março durante a fala da presidente Dilma. Foi apanhado de surpresa com a massiva presença do povo na gigantesca manifestação ocorrida no dia 15 onde ficou claro quem são os verdadeiros trabalhadores do Brasil. O ‘fora Dilma’, fora PT, basta de corrupção - desmentiu a previsão de que só os ricos e as elites brancas é que estão descontentes. A paciência do brasileiro acabou. A classe política que está aí perdeu credibilidade, perdeu o apoio popular, perdeu a capacidade de governar. O único projeto é o de permanecer no poder a qualquer preço.

Políticos da vez dizem que não adianta trocar de governante, nem se troca de governo como se troca de camisa. Concordo. Mas  não adianta querer por remendo novo em camisas velhas (sic). É preciso, sim, trocar, substituir por algo novo. Renovação dos quadros políticos e da forma de governo sem traumas institucionais.

Faltam lideranças que negociem com quem está no poder? Faltam. Na política praticada no país vive-se o imediatismo. A falta de princípios éticos transformou a política e os políticos em um mundo sem referencias ou parâmetros de comportamento desligados da realidade. É isso que precisa urgentemente ser sanado.

Querer ou pedir a saída dos corruptos e dos incompetentes no poder não é golpismo. O povo que saiu às ruas está usando o seu direito ao reivindicar o fim do que está aí e o começo de uma nova era na política nacional.  A fala da presidente Dilma em nada melhorou o quadro nacional. Persiste o emocional particular em prejuízo da verdade. Quem não viveu a época compra a meia verdade do discurso praticado.

Foi bonito de se ver o povo nas ruas neste dia 15 de março de 2015. A história do mundo e do país já passou por  momentos marcantes que aconteceram de forma inesperada e mudaram os rumos dos povos e da nação. O Brasil e os países da América Latina passam por uma espécie de purgação, onde o que se tornou obsoleto deverá dar lugar a algo realmente novo.  Isso passa pelo fim das classes políticas atuais.


A pergunta é: - Terão os políticos, não só do Brasil, mas também dos países Latinos (Venezuela, Cuba, Argentina, etc.), a grandeza para se libertar das vaidades pessoais e demonstrar apreço e respeito pela democracia abrindo mão de cargos e posições de mando para dar lugar a projetos que atendam o conjunto da Nação?