Conceito: - Migrações internas são movimentos populacionais
dentro do próprio país. Elas se intensificaram a partir do século XIX e
determinaram novas formas de ocupação, organização e valorização de certas áreas
do território brasileiro; elas têm gerado desequilíbrios e grandes desníveis
econômicos e sociais ao longo do tempo nas diferentes regiões do país.
Causas recentes das migrações: - a industrialização é que tem impulsionado as
migrações internas. No passado histórico brasileiro, seg. Roberto Simonsen
(1940) as populações foram atraídas pelos polos econômicos em evidência em cada
época - os chamados "ciclos econômicos" - mineração, cana de açúcar,
criação de gado, borracha, café, etc.
Essa mobilidade de caráter instável esteve ligada
diretamente a uma economia primária visando à exportação, deslocando-se de uma
região para outra conforme os estímulos exteriores pelos produtos tropicais de
interesse nos países europeus.
Até 1920 houve uma forte entrada de imigrantes
estrangeiros, porém a partir de 1934 as migrações internas superaram essas
entradas sendo que o estado de S. Paulo recebeu em 1950 grande número de
migrantes com destino as lavouras de café. Foi possível observar a presença de
migrantes de todas as unidades federativas com tendência a um crescimento
populacional de mais de 135% no Sul, 59% no Centro Oeste, 40,8% no Sudeste e
25% no Nordeste. O Estado do Paraná recebeu um grande fluxo de migrantes
paulistas em busca de novas áreas agrícolas. Também houve correntes migratórias
em direção das cidades em busca de trabalho
no setor secundário e de serviços com destaque do elemento feminino.
Tipos de migração: 1- O
intra-rural de colonização com a ocupação de novas áreas do oeste paulista,
sudoeste do Paraná, sul do Mato Grosso, centro-sul de Goiás, norte do Espírito
Santo, nordeste de Minas Gerais, etc. 2- Êxodo Rural - urbanização que
foi intenso a partir da década de 1950 com grande fluxo nordestino para as
capitais do Sudeste e Centro Oeste com a construção de Brasília para onde
também migraram pessoas de todos os estados. Este é um movimento característico
de países em desenvolvimento.
Consequências: - A região Sudeste foi a mais afetada pelo êxodo
rural. A urbanização foi mais rápida especialmente em São Paulo. Outras regiões
como a Amazônia, o Centro Oeste e o Nordeste também sofreram urbanização, mas
de forma diferente. Este tipo de migração gerou as metrópoles (São Paulo, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza,
etc.) fazendo com que as regiões Sudeste e Nordeste se tornassem as mais
urbanizadas. O Estado do Paraná manteve um maior equilíbrio campo-cidade por
ser um Estado de ocupação agrícola mais recente.
A Urbanização pela industrialização que ofereceu um
atrativo do mercado de trabalho gerando grande desenvolvimento se contrapõe ao
processo de urbanização pelo "inchaço" provocado pelo contingente de
migrantes que ficam marginalizados por falta de qualificação dando origem as
favelas, aos desajustes sociais, o subemprego, etc., sem realmente favorecer o
indivíduo.
Dentro do país ainda ocorrem movimentos de
populações que não podem ser consideradas migrações efetivas. Corresponde ao
movimento dos "boias-frias", dos "corumbas" (migrantes
sazonais nordestinos), o deslocamento de pessoas que residem nas "cidades
dormitório", os deslocamentos de fins de semana, férias e turismo, e mais
recente o de operários para trabalhar em grandes obras de infra-estrutura
nacional. Ocorrem também as chamadas "migrações de miséria" - são as
provenientes de áreas pobres com economia estagnada que pelo acesso a
informação de outras localidades em melhores condições de vida se desloca para
lá; em geral é o excedente da população que, pelo crescimento vegetativo, já
não tem como sobreviver no local e parte em busca de oportunidades. Há também
os movimentos provocados por calamidades e catástrofes naturais (secas e
enchentes) levando famílias inteiras a migrar ou para a cidade mais próxima, ou
para a capital, aproveitando-se das principais vias de comunicação.
Rotas e
pontos de convergência: - No passado a
viagem era feita pelo rio São Francisco e pela navegação costeira; posteriormente
pela ferrovia e rodovias.
As regiões de Colonização recente que eram praticamente despovoadas também atraíram migrantes de áreas superpovoadas. Criaram-se pontos de convergência onde os migrantes procuram uma nova direção a seguir. É o caso de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília que servem de polos de redistribuição de populações. Em geral o migrante masculino vai à busca de informações antes de se instalar definitivamente com a família.
As regiões de Colonização recente que eram praticamente despovoadas também atraíram migrantes de áreas superpovoadas. Criaram-se pontos de convergência onde os migrantes procuram uma nova direção a seguir. É o caso de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília que servem de polos de redistribuição de populações. Em geral o migrante masculino vai à busca de informações antes de se instalar definitivamente com a família.
Consequências
das Migrações: forte urbanização; expansão de novas fronteiras
agrícolas e agroindustriais, rápido crescimento vegetativo; acesso a informação
e procura de melhoria através do estudo; decréscimo de renda criando polos de
pobreza ao redor dos grandes centros. Nota-se também que há uma seleção no tipo
de migrante, sendo que o jovem de 18 a 35 anos vai para mais distante; já as
mulheres permanecem em áreas mais próximas da origem em trabalhos na indústria,
serviços e trabalhos domésticos.
Conclusões
- as migrações internas são um reflexo de uma
organização do espaço desequilibrada; elas contribuem para o crescimento
econômico do país sem resolver os problemas socioeconômicos do indivíduo. Falta
um planejamento integrado no território nacional para solucionar os desníveis
regionais e setoriais que só se agravam.
(Nota- Texto-resumo (revisado) elaborado com base em bibliografia
específica; fez parte do Shvoong.com – 06-05-2009 - visitas
> 9424 / avaliações > 49).