As grandes
metrópoles sofrem com o caos do trânsito, da habitação, da saúde, do saneamento
básico, da educação, da moradia, etc. Nenhuma novidade. Entra ano, sai ano,
eleições são realizadas e os políticos continuam no palanque e as campanhas
políticas continuam e os problemas
também continuam per secula seculorum...
Esperar o quê? Não
consigo acreditar mais em palavra de político em eterna campanha. Saturou. Enquanto
houver políticos desconectados com as necessidades urbanas e incapazes de
reordenar o caos que eles ajudaram a criar, nada vai mudar. São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília, e todas as grandes cidades
brasileiras sofrem pela ocupação
desordenada seguida de medidas adotadas por políticos incompetentes e sem
visão. Foi o caso do Rio de Janeiro e a ocupação dos morros. Ouvi o então
governador Leonel Brizola dizer que, em vez de retirar os moradores dos morros
ocupados de forma irregular, preferiu levar algum conforto ao local construindo
escadas de acesso e valas de escoamento das águas pluviais. Se os morros
tivessem sido preservados e os poucos moradores da época encaminhados para
outras áreas, certamente o tamanho dos problemas (violência, tráfico de drogas,
desastres naturais, etc.) que o Rio enfrenta hoje teria sido minimizado. Esse é
apenas um exemplo. O esvaziamento do campo – êxodo rural – a atração das
cidades, mais a incompetência dos políticos só poderia resultar em megalópoles caóticas.
Soluções existem e
são simples. Mas, na onda dos direitos de das liberdades, todos colaboram para
colocar a corda no próprio pescoço. A começar pelo eleitor que já sofre de um
bloqueio que o impede de raciocinar. Sentou o traseiro como se dissesse: –
‘dá-me pão e chama-me de tonto’.
Transporte
coletivo – A circulação de pessoas para poder
trabalhar, estudar, exige um transporte de massa de qualidade. Os corredores de
ônibus que começam a infernizar a vida de todas as capitais desorganizando o
que já funcionava, esquecendo que ‘dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar
ao mesmo tempo’ são a mais nova façanha dos políticos para tornar a vida de
todos num caos.
O numero de carros
circulando pelas avenidas e vias paralelas nas grandes cidades prova que a
administração pública falhou – por razões políticas – na implantação de um
transporte coletivo que realmente atenda aos cidadãos. Corredores de ônibus que
insistem em implantar só prejudicam o transito e o comércio local
desorganizando a vida de muitas pessoas. Cobre um santo e descobre outro.
Por falar em corredores
de ônibus, lembrei de um detalhe que observei há anos em Córdoba – Argentina.
Talvez não usem mais, mas foi interessante ver a solução criativa adotada para
não prejudicar o comércio em largas avenidas onde circulavam os coletivos. Os
ônibus dessas linhas tinham duas portas dianteiras: uma a direita do motorista
e a outra à esquerda, atrás do banco do motorista. Ambas serviam para embarque
e desembarque dos passageiros sendo que havia pontos alternados, ora a direita,
ora a esquerda nas laterais da avenida, ou nas ilhas centrais. Os usuários optavam de acordo com seus
interesses evitando a travessia de faixas de pedestres, pois tinham a opção de
descer de um lado ou do outro da avenida. Em pleno centro movimentado o ônibus
parecia um coletivo familiar onde motorista e passageiros interagiam de forma
bem humorada. Foi uma experiência interessante. Aí fica a sugestão e a
informação.
Táxis
– lotação – A todo o momento recomendam que o cidadão
deixe seu carro em casa; como não há opção melhor ele continua usando o carro
que já foi símbolo de status e hoje é dor de cabeça e prejuízo no bolso. Nos
anos 60, na cidade de São Paulo havia um sistema de táxis-lotação para 4
pessoas, onde o usuário pagava o trecho percorrido. Cada linha era dividida em
módulos. Ex. Aeroporto – Praça da Árvore – Estação de Bondes (Vila Mariana) –
Praça da Sé / Largo São Francisco. Tudo muito prático e eficiente, pois atendia
vários passageiros durante o percurso.
A reorganização dos
espaços urbanos é indispensável e isso é de competência do governo criar políticas
mais eficientes para serem executadas por alguém com capacidade administrativa.
Basta de promessas que jamais sairão do
papel.