Os brasilíndios de
há algum tempo, por vontade própria ou por incitação de ONGs interessadas na
causa indígena, tem-se manifestado pelo país criando situações de confronto com
outros brasileiros há anos instalados nas regiões reivindicadas. Querem a
demarcação de terras.
No Brasil temos
inúmeros grupos de nativos que, de tradição nômade ou seminômade, viveram
circulando de há milênios pelo vasto território sem fronteiras. Acomodavam-se
conforme seus costumes ou entravam em conflito com outros grupos; nem todos
eram pacíficos.
Muitas são as
teorias sobre suas origens na América. - Autóctones ou levas de migrações que
para cá vieram através do istmo de Bering? – Os Astecas, por exemplo, contam
que seu povo migrou durante duzentos anos em busca da terra prometida; eles se
consideram o povo escolhido por Deus. Fala-se em tribos perdidas de Israel,
aquelas que partiram deixando Moisés para trás com os grupos mais reticentes.
Uma pesquisa linguística mostra a semelhança entre as línguas ameríndias e as
asiáticas. Cada grupo tem suas tradições, lendas e mitologias que contam suas
origens, inclusive que teriam vindo dos céus.
Curiosamente
encontrei um texto falando sobre o desaparecimento dos Incas após a chegada dos
espanhóis. Diante do engano cometido ao confundir a chegada dos conquistadores brancos
com Quetzalcoalt – o deus serpente emplumada – que prometera voltar, eles teriam
ido se refugiar no interior da Terra, no chamado Vale Prometido (os mundos
subterrâneos) no centro da América, onde estabeleceram um império de paz,
riqueza e sabedoria.
No livro “Mistérios do Roncador” – Udo O. Lukner, na página 82 consta uma informação
curiosa sobre a origem dos índios na América. A terra teria sido dividida pelo
“Pai dos dois irmãos rebeldes homens divinos”. Isto ocorrera há um milhão de
anos. A Terra fora dividida em duas partes separadas por vasto oceano. Ao povo
do Oriente foi dado o conhecimento material; esse demasiado conhecimento gerou
muita ambição e competição levando o povo a mergulhar em lutas de conquistas,
guerras e destruição. Já o povo do Ocidente, o ‘povo do Sol’ concentrou sua
inteligência na arte do bem viver, desenvolvendo hábitos de conhecimento das
preciosidades da terra. Seu conhecimento em algumas áreas até hoje representa um
enigma para os brancos.
Quem seria o tal
Pai e os dois irmãos rebeldes? Podem ser associados a Anu – o Pai Celestial e
seus dois filhos – Enki e Enlil - segundo as tradições sumerianas. Enki ou Inca? Dá o que pensar.
Sabe-se também que os povos da América realizavam cirurgias delicadíssimas
inclusive no cérebro, e que segundo as tradições sumérias o filho de Enki –
Ningishzidda – o senhor da árvore da vida – ou Thot aprendera com o pai os
segredos da medicina, inclusive o de ressuscitar mortos. Sabemos também que o
culto ao Sol por parte dos índios americanos tem similar nas culturas
sumerianas através do deus Shamash ou Utu que se destacou como uma divindade da
Justiça.
Geneticamente, tanto
os nativos americanos como os povos europeus e demais povos, todos descendem de
uma mesma mãe – Eva – cuja origem é africana e data de 140.000 a 290.000 anos
atrás.
O modo de vida mais
livre e descompromissado dos povos indígenas em geral sofreu influencias
gradativas dos colonizadores: – uso da língua (português no Brasil e espanhol
na maior parte da América), participação em movimentos nacionais, adoção rápida
de toda tecnologia moderna especialmente por parte das novas gerações, etc.
O divisionismo que
está sendo proposto no Brasil vai na contramão de uma possível integração
latino-americana nos moldes da União Européia como vem sendo cogitado.
Mandela acaba de
partir. Deixou o exemplo de como acabar com a segregação racial. Praticou a
integração. No Brasil o discurso é outro – o do divisionismo, separação e
isolacionismo de grupos indígenas e de quilombolas dentro do território
nacional. Será tão difícil assim a convivência multicultural, ou, o que falta é
vontade política para um entendimento?